Sindicato defende horários escalonados de setores econômicos para diminuir superlotação nos ônibus

14 de setembro de 2020 | Sem categoria

Diretor de inovação do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros, Marcelo Bandeira disse, nesta segunda (10), que medida é mais urgente e fácil de ser implementada.

Matéria originalmente publicada no portal G1 – Pernambuco
Por Pedro Lins, TV Globo

Modelo de custeio, necessidade de ampliação de faixas exclusivas e necessidade de escalonamento de atividades econômicas foram alguns dos desafios listados pelo diretor de inovação do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), Marcelo Bandeira, para a melhoria do transporte público no Grande Recife. Das três medidas, o representante elegeu o escalonamento de setores como a mais urgente

“O setor está bem confiante no escalonamento da demanda. É uma discussão muito interessante e que não custa absolutamente nada, basta apenas o diálogo com os setores econômicos e a montagem de uma estrutura de monitoramento. Não precisa de investimento, não precisa de obra. Precisa só do entendimento de que precisamos nos adaptar e enfrentar uma questão que não é de agora”, disse.

Segundo Bandeira, a ideia consiste na negociação dos horários de início e fim de atividades como a construção civil e o comércio. “A construção civil, por exemplo, que hoje se inicia às 7h, poderia começar às 8h30. O comércio de rua, que começa às 8h, poderia começar às 8h45. Já protocolamos esses ofícios nas secretarias de governo, e o secretário se mostra interessado no tema”, afirmou.

De acordo com o representante do sindicato, a medida impediria a superlotação do transporte registrada, sobretudo, no início da manhã e no início da noite. “Isso é necessário para fazer o que a gente chama de achatar a curva do transporte público e permitir que essa demanda seja de uma forma mais homogênea ao longo do dia”, explicou.

Ainda de acordo com Marcelo Bandeira, outra necessidade do setor é a mudança do modelo de custeio. “Não dá mais para a população bancar todo o custo do serviço, inclusive as gratuidades. Essa forma tem que ser modificada”, declarou.

Também segundo o diretor da Urbana-PE, há outras formas de injetar recursos no sistema. “Os modelos de transporte no mundo todo mostram que, no mínimo, 40% da arrecadação deve vir de fontes extra tarifárias. Existem diversas mecânicas, como redirecionar os recursos de multas de infração e de estacionamentos públicos para o transporte coletivo”, contou.

Outra necessidade, segundo Bandeira, é a ampliação de faixas exclusivas para o transporte público. “Só a Faixa Azul da Herculano Bandeira com a Domingos Ferreira [na Zona Sul do Recife] repercutiu para o passageiro uma economia de 30 minutos na viagem. É menos tempo no transporte coletivo e mais tempo para ele dedicar às suas atividades de lazer”, disse.

A respeito das demissões de cobradores, que geraram, inclusive, protestos da categoria, Marcelo Bandeira explicou que a Urbana-PE busca implementar novos mecanismos de pagamento no sistema de transporte público.

“A ideia é que o ônibus possa receber cartão de crédito, cartão de débito e que possa ser possível pagar a passagem diretamente com celular, através do QR Code, sem precisar da utilização do dinheiro. Essa é uma iniciativa que já está em andamento, em análise”, afirmou.

Fonte: G1 – Pernambucohttps://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2020/08/10/sindicato-das-empresas-de-transporte-de-passageiros-defende-horarios-escalonados-de-setores-economicos-para-diminuir-superlotacao-nos-onibus.ghtml

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